O COMEÇO DE TUDO

Há mais de três décadas, aqui mesmo no planeta Terra...

Nos anos 70, um cineasta ainda em começo de carreira teve uma idéia que mudaria o mundo e a história da ficção. Mas essa história foi nascendo aos poucos. Após assistir a documentários e entrevistas de George Lucas, faço aqui um resumo a respeito de como nasceu Star Wars e alguns dos principais personagens da saga.

Primeiramente, George Lucas pensou em criar uma aventura espacial inspirada em Flash Gordon, mas ainda não tinha idéia de como seria essa saga.

Ele pensou em incluir algo de ficção científica, de mitologia, de religiosidade, mas sem ser algo específico ou tendencioso. A trama central que lhe veio à mente foi a de um pai com dois filhos gêmeos. Lucas a princípio não sabia se esse pai seria bom ou mau.

Ao mesmo tempo, a figura de Darth Vader também lhe veio à mente. Ele queria aquele personagem sinistro e com um visual misterioso como personagem central. Alguém cujo rosto ficasse escondido, inspirado em antigos guerreiros mitológicos. Sem dúvidas a sua aparência teria mais a ver com um personagem mau do que bom. Esta figura então, seria o vilão. Mas seria ele o pai dos gêmeos?

Lucas pensou em um personagem sexagenário e ele veio à sua mente como a figura do pai dos gêmeos. O primeiro nome pensado para este personagem foi Luke Starkiller, para depois passar a Anakin Starkiller chegando finalmente a Anakin Skywalker. Ele seria uma figura do bem. Paralelamente, Lucas ia desenvolvendo as características de Darth Vader, sua tragédia queimado em um vulcão, e tudo o mais. Idéias vagas foram ganhando força, ganhando vida e personalidade. A essa altura Lucas estava na dúvida entre um pai bom e um pai mau para os gêmeos, mas sabia que seria um casal de gêmeos. Resolveu aproveitar para o filho o nome Luke que havia primeiramente pensado para o pai e para acabar com a indecisão resolveu que Anakin Skywalker e Darth Vader seriam a mesma pessoa.

Assim, Lucas foi desenvolvendo toda a trama central de Star Wars. Anakin, que passaria para o lado do mal, seria redimido ao final por um dos filhos. Mas por qual? Quem seria o herói: o menino ou a menina? Lucas chegou a pensar em colocar Leia como a heroína mas desistiu e resolveu que seria mesmo Luke.

Em 1973, na história original, Anakin tinha muito mais ciúme de Padmé com Obi-Wan do que vemos no episódio III. Mas ao escrever o roteiro, George Lucas resolveu que não seria assim.

Na época escreveu um roteiro imenso (parece que seria um filme de cinco horas!). Se chamaria “Guerra nas Estrelas” mesmo mas com o sub-título “A tragédia de Darth Vader”.

Mas estava grande demais e não seria aceito nem pela Fox nem por ninguém.

Foi então que ele pegou uma parte da trama, localizada na metade da história que idealizara e resolveu desenvolver o filme a partir dali. Se desse errado seria apenas um filme, se desse certo, ele continuaria a contar a história. Mas já queria deixar claro que a história não estava sendo contada desde o começo, por isso a numerou como episódio IV. Era apenas uma parte da saga por ele criada que estava sendo transformada em filme.

Partindo desse princípio, Lucas começou a elaborar o filme, de duas horas. Pensou em colocar Luke e toda sua família como anões mas logo desistiu dessa idéia.

Criou outros personagens, dentre eles Han Solo, que seria um monstro verde com guelras, sem escrúpulos e que teria sido criado pelos Wookies (o que justificaria sua amizade com Chewbacca).

Chewie por sua vez, foi inspirado na cadela de George Lucas chamada Indiana. Ela era grande e costumava viajar com ele no banco do carona, como se fosse sua co-piloto. Assim, nasceu a idéia de que Han Solo teria como co-piloto alguém mais primitivo, um animal ou quase isso. A primeira aparência pensada por Lucas para Chewie foi que ele teria cara de gato ou esquilo. Mas depois resolveu que ele deveria se parecer com um macaco. Em seguida desistiu de fazer de Han Solo um alienígena ou um monstro, tornando-o humano para interagir melhor com os outros personagens centrais. Ele seria a principio, um contra-ponto a Luke que seria o mocinho, o correto, o altruísta. Han ao contrário, seria o canalha, o desonesto, o egoísta. E assim foi mostrado no filme.

Inspirado em um filme que contava sua história do ponto de vista de dois camponeses representantes da classe mais baixa do Japão, George resolveu criar dois personagens diferentes e aparentemente sem muita importância na trama e contar a história através do ponto de vista deles. Assim nasceram C-3PO e R2-D2. O primeiro seria a principio um vendedor de carros, mas devido ao sotaque britânico do ator, Lucas decidiu que ele deveria se parecer com um mordomo. Ele não poderia ter expressão nenhuma em seu rosto para não demonstrar alegria, tristeza, surpresa ou qualquer sentimento. Isso porque se ele tivesse uma expressão alegre ficaria difícil fazê-lo mostrar reações às situações contrárias à alegria. Lucas queria um robô programado para se aproximar bastante dos seres humanos, programado até mesmo para “sentir”, embora ele não tivesse pensamentos ou atitudes independentes (tudo fazia parte de sua programação). Assim era C-3PO.

O outro robô, R2-D2 não poderia ter semelhança nenhuma com uma pessoa. Seria usado mais para concertos mecânicos e coisas assim, mas ao mesmo tempo lembraria uma criança ou um animalzinho de estimação.

Também não haveria a “Estrela da Morte” no filme “Uma Nova Esperança”. Ela aparecia apenas no final da história (que é contado no último filme), mas Lucas não sabia nem se faria outros filmes. Resolveu então, para tornar este filme mais interessante, incluir nele a primeira “Estrela da Morte”. Se houvessem outros filmes ele faria outra depois (como fez no “Retorno de Jedi”). Os outros detalhes foram sendo desenvolvidos à medida em que o roteiro foi sendo feito e as filmagens se iniciaram. Personagens como Yoda ainda não existiam, e surgiram depois.

Com o estrondoso sucesso do filme nos cinemas mundiais, Lucas naturalmente fez as continuações e depois de anos e anos, já contando com a tecnologia que lhe permitiria fazer os primeiros filmes como ele queria, ele retornou para contar o começo da saga; colocando-a na ordem correta e tornando-a um grande filme de seis partes e doze horas.

Segundo George Lucas, ele queria ter mostrado o Imperador nos episódios IV e V, em Coruscant, mas não havia tecnologia para fazer esse planeta da maneira como ele o imaginara. Ele teve que se contentar em fazer o que era possível naquela época e chegou a pensar que nunca conseguiria levar aos cinemas a primeira parte da história.

Mas, felizmente ele estava enganado, e graças aos avanços tecnológicos hoje conhecemos Coruscant, Naboo, Kamino, Mustafar, Uthapau...