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domingo, 28 de fevereiro de 2010

EM TODA A SAGA FOI ELE QUEM MAIS SOFREU

Na verdade, Anakin é uma pessoa marcada pela dor, pelas perdas, pelo sofrimento. Não que eu tenha pena dele porque ele é grande demais para precisar da pena de alguém. Compaixão sim. Ele não me desperta pena, mas compaixão e encanto. Na verdade ele me desperta diferentes emoções e sentimentos, como comentei logo no começo deste texto. Mas, vamos à análise dos fatos marcantes em sua vida fase por fase.

Quando criança, sofria a humilhação de ser um escravo. Mas nem por isso tornou-se um menino revoltado; pelo contrário: o conhecemos aos 8 para 9 anos de idade e ele era um bom filho que construiu um robô para ajudar a mãe nas tarefas domésticas, não conhecia a cobiça, ajudava a todos que podia sem esperar algo em troca, sonhava tornar-se um Jedi para defender a paz na galáxia e libertar todos os escravos.

Ele era muito apegado à mãe, sua única protetora. Mas se não vivesse em um planeta tão distante (Tatooine), teria sido encontrado antes pelos Jedi. Assim, ele teria sido treinado a partir dos 4 ou 5 anos, que é a idade correta para uma criança deixar a família e iniciar o treinamento conduzido por Yoda. Desta maneira, ele não teria tempo de ficar tão apegado à sua mãe...

Na adolescência, fase de rebeldia, Palpatine soube bem aproveitar-se do momento e ajudou que seus sentimentos negativos (que todo mundo tem) aflorassem e viessem à tona. Aos 19 anos o vemos atormentado pela distância de sua mãe, os sonhos com ela, o amor contido e proibido que já sentia por Padmé desde criança e os 10 longos anos de tristeza por não vê-la, além do duro treinamento Jedi com todas as restrições impostas por esta “carreira”.

Depois, viveria um dos momentos mais tristes de sua vida: a morte de sua mãe, em seus braços após ter sido torturada – o que aumentou o conflito interno entre seu amor (que o fazia querer salvar vidas) e seu ódio (que o fazia tirar outras vidas como fez com uma tribo inteira do povo da areia para vingar a morte de sua mãe). A seguir, teria que lidar com outra perda: parte de seu braço direito, decepada em um duelo com Cound Dooku/Darth Tyranos, o que o obrigou a usar uma prótese mecânica.

Um alívio em meio ao caos veio com a descoberta do amor e seu casamento com Padmé. Foram três anos de casamento feliz em meio às guerras clônicas em que ele foi um dos principais heróis. Nesse período, o padawan tornou-se Cavaleiro Jedi e o adolescente tornou-se adulto.

Mas, na fase adulta, mais sofrimento: o pesadelo com Padmé e a insegurança desesperada que isso lhe trouxe o faria perder o equilíbrio que vinha pouco a pouco conquistando. E isso justamente após ouvir uma notícia que mudaria para sempre a vida do casal: Padmé lhe revelara que estava grávida e ele considerava este como o dia mais feliz de sua vida.

O vemos então, aos 23 anos, indo para o lado sombrio da Força, o que o obrigou a cometer atos aos quais ele sempre fora contra. O sentimento de ciúme que o perturbava fez com que ele quase enforcasse a esposa. E para completar vemos a amputação de suas pernas e do braço restante por aquele que antes era seu melhor amigo e que ele traíra: Obi-Wan Kenobi.

Sempre que assisto ao filme penso no quanto ele sofreu. Ter partes de seu corpo cortadas e em seguida ser queimado vivo!!! Sentir a dor da amputação seguida da dor gigantesca das queimaduras por todo o corpo. Ver sua pele sendo cozida pelo fogo e estar ali indefeso, sem poder andar ou chamar por alguém (já que seu ex-amigo fora embora, deixando-o sozinho ali para morrer). Talvez ele tenha mesmo preferido morrer naquele momento!

Como se tudo isso não bastasse, foi levado por Palpatine para um centro médico onde lhe colocaram próteses mecânicas das metades que faltavam em suas pernas e braços (devem também ter substituído a prótese do braço direito que havia sido danificada pelo fogo). Ele demonstra muita dor na hora da cirurgia que parece ter sido feita sem anestesia. E se foi com anestesia, certamente não surtiu enfeito relevante!

Acho que ali ele pagou por todos os erros que cometera, e por antecipação também já estava pagando por muitos dos que ainda cometeria; afinal, as marcas dessa tragédia o acompanhariam pelo resto da vida, o obrigando a usar uma incômoda e pesada máscara para que pudesse respirar adequada e suficientemente para continuar vivendo, ou melhor... sobrevivendo.

Com todo esse sofrimento, ao ser erguido na maca, a primeira coisa que ele pergunta ao seu “mestre do mal” após confirmar que o estava ouvindo perfeitamente é onde está Padmé. “Ela está bem, ela está a salvo?”. Está aí mais uma prova do amor que ele sentia por ela. Não era apenas posse ou apego. Ficou claro que era amor, porque ele sabia que não teria mais chances de ficar com ela já que seguiria com o Imperador e devia obediência àquele que o “salvara” da morte. Ele queria apenas que ela estivesse bem e a salvo. Então ele ouve mais uma mentira de Darth Sidious/Palpatine, que lhe diz: “Parece que em seu ódio, você a matou”. Então, Vader lembra-se de tê-la tentado enforcar por ciúme de Obi-Wan e de ter sentido que ela estava viva naquele momento em que ele a soltou e ela caiu no chão. Mas após dizer ao Imperador que ele a sentira viva, ele busca seus sentimentos e constata que agora, naquele exato momento ela estava morta. De fato, ela acabara de morrer após o parto. Mas Vader com certeza pensa que ela morreu devido ao quase enforcamento, portanto acredita ter matado sua amada juntamente com o filho que ela esperava. Sentindo um misto de tristeza, dor, desespero, culpa e ódio ele destrói o centro médico só com seu pensamento, usando o lado negro da Força.

Ele agora era um homem sozinho, aleijado, cheio de próteses mecânicas, doente dos pulmões, malvado, temido e culpado pela morte da esposa. Uma culpa que ele carregaria por toda sua vida; culpa que na verdade não lhe pertencia, pelo menos não de maneira direta. Vader não matou Padmé. Ela estava bem fisicamente, mas perdeu a vontade de viver e entregou-se. O fato é que Padmé Amidalla morreu de tristeza. Essa tristeza era por culpa das atitudes dele, mas definitivamente ela não morreu pelas mãos de seu marido.

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