Star Wars fez tanto, mas tanto sucesso que despertou o interesse de vários escritores pela saga. Eles então, começaram a criar histórias neste universo inter-galáctico, muitas delas contrárias umas às outras e mesmo contrárias à história criada por George Lucas.
Insatisfeito em ver tantas pessoas se intrometendo em sua obra, Lucas tentou controlar essa “febre” que tomou conta do mundo desde o final dos anos 70, quando os cinemas mundiais exibiram o primeiro filme “Star Wars” (episódio IV). Mas ele não obteve sucesso em sua tentativa e assim, as obras paralelas continuaram surgindo incessantemente: livros e mais livros e revistas em quadrinhos com histórias diferentes sobre os mesmos personagens e também sobre outros, muitos deles inventados por estes escritores.
Em meio à bagunça generalizada e tantas pessoas lucrando com sua criação, George Lucas resolveu criar uma franquia (mais adiante comentarei mais detalhadamente este assunto) e um setor dentro de sua empresa chamado Holocron.
Para colocar um pouco de ordem na desorganização a Holocron criou um sistema onde foram estabelecidos níveis de importância para tudo que é relacionado a Star Wars.
Existem cinco níveis, chamados de “cânones”:
G-cannon é o Cânone Absoluto. Este é o mais alto nível de importância e nele estão contidos exatamente nesta ordem: os seis filmes onde valem sempre as últimas versões lançadas oficialmente e também os roteiros dos filmes e cenas cortadas não modificadas assim como as declarações do próprio George Lucas; em seguida vem as novelizações dos seis filmes; e por fim as radioplays. Em suma, G-cannon é a verdade absoluta, tudo que tem ligação direta com a criação de George Lucas.
T-cannon é o Cânone Televisivo. São as séries feitas para a TV e isso inclui a série animada "The Clone Wars", da qual a junção de três episódios gerou o filme homônimo que foi exibido recentemente nos cinemas. O filme, portanto também é T-cannon, ou seja, tem valor inferior aos filmes G-cannon que formam a hexologia. A série "Live Action" também é T-cannon, assim como tudo que é feito ou aprovado diretamente pelas empresas de Lucas para a televisão.
C-cannon é o Cânone Comum. Ele é composto pelos livros, revistas em quadrinhos e jogos entre outros elementos do Universo Expandido licenciados, desde que não contradigam os cânones superiores.
S-cannon é o Cânone Secundário, com alguns jogos e livros que não são diretamente verificados por membros da equipe de George Lucas. Muito do material considerado S-cannon foi produzido antes da nova triologia e desmentido pela história contada nos filmes.
N-cannon é o Não-Cânone. É o universo do “se” contido nos jogos por exemplo, como segunda opção; isto é: dentro de uma luta que foi vencida no filme por um personagem, existe no jogo a possibilidade deste personagem perder essa luta. Este nível não é considerado como “oficial” dentro dos cânones.
Assim sendo podemos dizer que:
G-cannon > T-cannon > C-cannon > S-cannon > N-cannon.
Essa é a ordem em que se apresentam os níveis de importância dos cânones da Holocron.
Vejam também esta explicação que copiei de um famoso site sobre Star Wars:
“A Lucasfilm também implementou uma politica que define quando duas fontes entram em conflito qual vale mais, atualmente as fontes Canônicas são as que valem mais seguidas pelas Oficiais que são seguidas pelas Apocryphas. Canônico são os filmes, as novelizações dos filme e as radioplays dos filmes e o valor de cada é estabelecido nessa ordem ou seja os filmes valem mais que novelizações que valem mais que as radioplays. Fontes Oficiais vem em segundo lugar e são geralmente compostas por material produzido por alguma "empresa Lucas" ou aprovada diretamente por ela. Tudo mais é Apocrypha e tem menos valor que os produtos Oficiais.”
www.jedilibrary.com.br/ue/
Tudo indica que Canônico mesmo é G-cannon, oficial é T-cannon e algumas coisas de C-cannon. No mais, tudo é apocryphas.
Usando minha própria interpretação de tudo isso, eu diria que:
1 - Há a verdade absoluta contida nos seis filmes da hexologia. Essa é a verdadeira saga e ela nasceu da mente de George Lucas. Esse é o que eu chamaria de U.R. (Universo Real).
2 - Há o universo de possibilidades, que é o que George Lucas chama de Universo Paralelo. É tudo aquilo que é escrito por outras pessoas.
Dentro desse universo de possibilidades, faço as seguintes sub-divisões:
2.a. - Possibilidades consideráveis: é tudo que é contido em T-cannon e C-cannon que não contradiz em nada aos filmes e tudo que nele ficou estabelecido ou subentendido, roteiros de George Lucas e declarações do mesmo sobre a história e seus personagens.
2.b.- Possibilidades relativas: é tudo que é contido em T-Cannon e C-Cannon mas entra em contradição com outras fontes desses mesmos cânones, “brigando” entre si.
3 - Há o Universo Livre, que é onde todas as pessoas podem usar a imaginação e criar histórias, mesmo não tendo comprado a franquia, mesmo não sendo escritores. É o universo de todo fã e obviamente não pode ser considerado como uma possibilidade de fato.
4 – Finalmente há as não-possibilidades, que é o mundo do “se”, do “será” e também tudo o que contradiz algum cannon superior, principalmente o G-cannon, e portanto deve ser desconsiderado.
Deixo claro mais uma vez, que esta última parte do texto, aqui logo acima, refere-se à minha interpretação pessoal para os cânones. Eu apenas encontrei uma maneira mais fácil e clara de explicar esses termos complicados criados pela Holocron, de acordo com o meu próprio entendimento.
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