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Este site não tem nenhum compromisso com esse "Star Wars-Disney" que virá. Para nós continua valendo aquilo que foi dito inúmeras vezes por George Lucas ANTES dele ser comprado pela empresa de Mickey e Donald. Para nós a saga completa foi lançada em blu-ray e termina no episódio 6.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

SOMBRAS DO IMPÉRIO

Um oásis no imenso deserto do U.E.
Revirando o lixo do U.E. eu encontrei uma jóia. Se não é jóia pode ser considerada uma bijuteria banhada a ouro: o livro “Sombras do Império”, de Steve Perry. Um livro que não só foi aceito mas também elogiado pelo próprio George Lucas por ser bastante coerente e em conformidade com os seis filmes de sua saga.

Resolvi comprar o livro e o li todo rapidamente. Ele é muito interessante e empolgante. É um livro de ação, mas sempre com muita emoção e individualizando bem os personagens. A narrativa é bem detalhada, e as reações de cada personagem aos fatos contados, seus sentimentos, pensamentos e planos são apresentados de maneira muito clara ao leitor.

Steve Perry, nos agradecimentos, deixa seu muito obrigado a George Lucas por ter criado esse “brinquedo absolutamente maravilhoso”. Pois é, se até ele, que escreveu o livro reconhece isso não entendo porque muitos fãs (fanáticos) levam tão a sério os produtos do U.E. de Star Wars!

Concordo também com a visão de Steve Perry de Darth Vader, que é totalmente compatível com a visão que Lucas, através dos filmes e de entrevistas, demonstrou ter do mesmo personagem.

Mas é claro que o livro tem pontos com os quais não concordo. Vou citar os principais, mas primeiro quero falar dos pontos positivos do livro - que são muitos - e comentar tudo aquilo que eu mais gostei nele.

Sendo assim vamos a eles, os PONTOS POSITIVOS:

- A aventura é legal e algumas coisas têm uma explicação convincente como Luke construindo seu novo sabre de luz, verde (depois de ter perdido o azul, qie pertecera a seu pai) e os detalhes de como Lea conseguiu aquele disfarce de caçador de recompensas que usa ao entrar no Palácio de Jabba para resgatar Han Solo.

- Achei muito interessante a história do vilão Xizor, um “falleen”(meio humano, meio réptil), líder da organização criminosa Sol Negro que pretende matar Luke para se vingar de Vader. Xizor também planeja desacreditá-lo perante o Imperador para tomar o seu lugar ao lado deste. Vader no passado tinha sido o responsável por uma experiência científica que devido a um acidente acabou matando a família de Xizor. Por isso, este, ao descobrir que seu inimigo tem um filho, começa a oferecer fortunas aos caçadores de recompensa pelo jovem aspirante a Jedi. Vader arma um plano para proteger Luke e garante uma quantia muito maior do que a oferecida por Xizor para quem lhe trouxer Luke vivo e saudável; ao mesmo tempo Vader planeja destruir Xizor, que por sua vez vai conquistando a confiança do Imperador com seus falsos favores. A trama é bem escrita, bem sustentada e não contraria os seis filmes em nada, mesmo porque Xizor não é um sith, apenas deseja se tornar um.

- Neste livro também são revelados alguns aspectos da personalidade de Darth Vader, que embora fiquem subentendidos nos filmes, não foram aprofundados como são neste livro:

* Vader vivia em um luxuoso e enorme castelo, mas não dava importância ao dinheiro. Dava importância ao poder, mas à riqueza e ao dinheiro, não. A decoração de seu castelo era simples e ele não se importava em gastar quantias imensas de dinheiro quando necessário. Não era avarento.

* Se por um lado Vader era implacável com seus subordinados que fossem contumazes em falhar ao executar suas ordens, por outro lado ele também demonstrava verdadeira gratidão com aqueles que o serviam bem e sabia ser generoso, recompensando-os com uma gorda soma em dinheiro. (1)

* Vader também não gostava de trapacear, não gostava de joguinhos, de agir por trás, de fingir, de bolar estratégias. Odiava ter que agir pelas costas como Xizor. Preferia jogar limpo e duelar cara a cara com seus oponentes.

* Após encontrar Luke, demonstrava estar cansado de matar por matar e não achava mais graça em vencer pessoas fracas. Queria lutar de igual para igual com oponentes à sua altura (coisa que ele nunca encontrava). Vader também ficava entediado nos combates aéreos em que era muito fácil para ele destruir as naves inimigas, comandadas por pilotos comuns, fracos e inexperientes. Acabava parando a perseguição e deixando seus alvos fáceis escaparem ilesos.

* Não concordava com muitas das decisões do Imperador e tinha vontade de afrontá-lo. Muitas vezes sentia raiva do Imperador e ficava feliz por ele não poder ver seu rosto, sua expressão. Vader tinha muito medo do Imperador, a ponto de sentir calafrios, por isso acabava sempre obedecendo a seu mestre.

* Para proteger seu filho, Vader desafiou as ordens do Imperador e quando este estava fora de Coruscant, ele ousou colocar a Marinha Imperial para atacar as naves de Xizor (até então parceiro do Imperador) que tentavam atingir a Millennium Falcon (na qual estava Luke).(2)

* Vader sofria por ter ficado alejado e tinha esperanças de que iria conseguir um dia curar seus pulmões e voltar a respirar normalmente sem precisar da câmara ou da máscara.

* Por baixo da máscara, Vader sorria achando engraçado o medo excessivo que seus subordinados tinham dele e até brincava com isso. Muitas vezes mesmo sem ter a intenção de matar alguém, fazia suspense permanecendo em silêncio por uns instantes enquanto o oficial tremia de medo. Ele gostava disso porque era sinal de respeito, mas em seguida liberava o coitado.

Agora vamos aos PONTOS NEGATIVOS:Há pontos que contrariam os filmes – não de maneira grave mas acho que todo fã mais atento que tenha lido o livro deve ter percebido as mesmas coisas que eu... Por exemplo:

- Nos filmes fica claro que o Imperador de certa forma pode “ler” a mente de outras pessoas. Todos que são ligados à Força (seja qual for o lado – claro ou sombrio) conseguem captar os pensamentos e emoções que vêm de outras pessoas. No livro há uma frase que diz que Vader ficava satisfeito pelo Imperador não poder ler seus pensamentos. Como pode isso?

Vader conseguiu matar o Imperador porque pegou-o de surpresa e o ergueu muito rapidamente, além do Imperador estar distraído lançando seus raios em Luke. Dessa forma o Imperador não pôde sentir a vibração de Vader em relação a ele naquele momento. Mas numa situação normal, qualquer um que estivesse perto de alguém sensitivo à Força, ainda mais ao lado negro dela, devia controlar muito seus pensamentos e sentimentos para que estes não fossem descobertos.

- No livro, Luke é retratado como alguém muito mais poderoso do que ele realmente é (ou seja, do que é demonstrado nos filmes), além de já se considerar um Cavaleiro Jedi! Ele se disfarçou de Jedi no episódio VI, mas... todos sabemos que na verdade ele não era ainda um Jedi. Quando ele pergunta a Yoda sobre isso, a resposta é clara: “só poderá se considerar um Jedi quando enfrentar Vader”. Ele também aparece, neste livro, muito presunçoso. Um exemplo disso é que em uma situação aérea extremamente difícil em que eles estavam sendo perseguidos pelas naves de Xizor, Luke pilota a Millennium Falcon, e quando Lando se oferece para pilotá-la (sendo que a nave já foi sua um dia, e era ele que a estava pilotando desde que Han Solo fora levado para Jabba – assim como seria a ele que Han a confiaria mais tarde para a futura missão no episódio VI), ele não permite!

Ora, Luke é um bom piloto de X-Wing. Mas jamais havia pilotado uma nave como a Millenium Falcon. Nos filmes em nenhum momento ele fica no comando da Falcon! No livro ele aparece pilotando esta nave como se estivesse muito acostumado a isso, como se a nave fosse dele e como se ele mandasse nela!

- Nos filmes fica claro que o lado negro é bastante danoso àqueles que o utilizam. Até no livro há uma referência ao mal que o lado negro fez ao Imperador, deixando-o com uma aparência péssima, praticamente podre!

Mas surge uma incoerência enorme: no mesmo livro Vader quer se curar através do lado negro e faz meditações para conseguir respirar sem a máscara e fora da câmara. A meditação de cura de Vader consiste (pasmem!) em se concentrar apenas no ódio, no lado sombrio!!! Ele então consegue sair da câmara e respirar normalmente. Mas quando sua mente é dominada por algum sentimento de alegria, de esperança, de calma, o processo de cura é imediatamente interrompido e ele não consegue mais respirar tendo que novamente voltar à câmara, fechada. Onde já se viu o lado negro curar alguém?!

Se o Imperador que - segundo os filmes deixam claro e o próprio livro confirma - é o ser mais forte com o lado negro se deteriorou, por que Vader conseguiria curar-se?! Outra coisa: segundo o livro, o máximo que Vader conseguiu respirar sem a câmara ou a máscara foi 2 minutos! Depois de mais de 20 anos de treino ele só conseguiria isso?! Os filmes também desmentem isso. Vader conseguia respirar sozinho por pouco tempo mas não tão pouco assim. No episódio III logo após o acidente, quando ele obviamente estava em piores condições do que jamais esteve em outras épocas, ele agüentou firme por alguns bons minutos, respirando sozinho, até que o Imperador chegasse e o colocasse naquela cápsula médica em que havia uma máscara respiratória.

No fim, no episódio VI a máscara pifa quando ele pega o Imperador e o joga lá embaixo, no reator. Ainda assim ele consegue respirar sozinho durante tempo suficiente para chegar (andando bem de vagar) ao hangar e depois ainda conversar um pouco com Luke, antes de dar seu último suspiro. Portanto Vader era capaz de respirar sozinho por mais de dois minutos sem precisar meditar e muito menos focar em seu ódio. Está claro nos filmes.

- Um personagem na minha opinião sem graça e desnecessário que há neste livro é o Dash. É uma cópia de Han Solo e Lando Calrissian. O Lando já era uma espécie de “segundo Han”. Não satisfeito com os dois “canalhas-do-bem” que estavam nos filmes, Steve Perry quis nos presentear com mais um! A história é sempre a mesma: o cara de honestidade e caráter duvidosos, que sempre pensa mais em si mesmo do que nos outros, egoísta, interesseiro, oportunista... mas de bom coração, que depois de pisar na bola volta atrás para ajudar os amigos. Dash é mais um deles. A diferença é que ele morreu no final do livro. Tinha que morrer mesmo, afinal, ele não existe nos filmes!...

- Outra personagem estranha é a dróide de Xizor, Guri. Aparentemente é uma mulher perfeita. No final, Luke, que sempre matou seus inimigos com sabres de luz ou blasters, resolve poupar a “vida” da dróide quando ela própria pede pra que ele a destrua. Luke então diz: “Chega de mortes por hoje”. Então ele mata um monte de gente mas tem pudores em “matar” um robô?! Dealhe: Luke sabia que ela era um robô.

Outra coisa que quero comentar é o alarde que alguns leitores do U.E. fazem em relação às dores que Vader supostamente sentiria o tempo todo! Falam que ele vivia em uma tortura constante, sentindo muitas dores nas inserções das próteses e que por isso ele não podia mais saltar, nem se mover rapidamente. Dizem que ele demorou a se adaptar às partes mecânicas de seus membros e blá, blá, blá.

Mas... os filmes nos mostram o contrário: já no episódio III, no final, o vemos andando normalmente, demonstrando já estar perfeitamente adaptado. Se tanto ele como Luke não tiveram problemas de adaptação em relação à mão direita, por que esse drama todo em relação às demais próteses colocadas em Vader? Claro que no momento da colocação ele sentiu muita dor! Ainda mais que elas se somavam às dores causadas pelas queimaduras que ele sofreu. E é claro que os locais das inserções devem ter ficado bastante doloridos por um tempo, mesmo porque as pernas são diferentes dos braços, afinal é nelas que se apóia o corpo.

Mas depois de 20 anos ele ainda sentiria dores nas inserções o tempo todo??? Ora, a tecnologia e a medicina naquela galáxia eram bem avançadas, não? As próteses eram tão perfeitas que Vader nem sequer mancava. Ele se movia bastante rápido sim, e até saltava (raramente, mas saltava, como mostra no episódio V). E não é possível que não existissem remédios analgésicos eficientes por lá! Ok, mas o que “Sombras do Império” tem a ver com isso? Tem que o livro, nesse caso, está de acordo com os filmes, contrariando quaisquer fontes que digam o contrário:

As únicas dores que Vader sentia eram nos músculos faciais quando ele ria mais largamente e uma dorzinha no ombro direito, onde Luke o atingira no recente duelo de sabres (dorzinha que quase nem o incomodava mais).

No geral, vale a pena ler o livro, sabendo que ele além de ser uma boa diversão também contém possibilidades reais, mas não a verdade absoluta (isso, só nos seis filmes G-Cannon).


(1)

- Mais uma vez, você me serviu bem – disse Vader. Quando terminar este projeto, você nunca mais terá que se preocupar com dinheiro, tal é a minha gratidão.


O pequeno homem curvou-se respeitosamente.


- Meu Lorde.


Vader liberou-o para ir embora. Ele tinha muitas coisas em que pensar.


Muitas coisas a fazer.

Trecho da página 286.


(2)

- Lorde Vader! Por que a Marinha Imperial está atacando minhas naves?


Houve uma pausa antes da resposta de Vader.


- Porque as naves, sob suas ordens, estão engajadas em atividades criminosas.


- Ridículo! Minhas naves estão tentando deter o traidor rebelde que destruiu meu castelo!


Houve mais uma pausa.


- Você tem dois minutos-padrão para chamar suas naves – disse Vader – e para se colocar sob minha custódia.


A frieza no coração de Xizor tornou-se, com o descontrole total, um calor raivoso. Ele tentou manter sua voz calma.


- Eu não farei isso. Eu levarei este assunto ao Imperador.


- O Imperador não estão aqui. Eu falo pelo Imperador, Xizor.


- Príncipe Xizor.


- Você pode manter o título. Por mais dois minutos.


Xizor forçou um sorriso confiantes.


- O que você fará, Vader? Destruir meu skyhook? Você não ousaria. O Imperador...


- Eu o avisei para ficar longe de Skywalker. Recolha suas naves e se coloque em minha custódia, ou sofra as conseqüências. Eu arriscarei o desprazer do Imperador. – Ele fez uma pausa antes de continuar – Você, porém, desta vez não estará aqui para ver.

Trecho da página 336.

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